"Há quem ache o jornalismo uma profissão glamurosa e
divertida. Não é o caso de Hunter S. Thompson. E ele fez questão de jogar um
balde de rum com gelo em cima dessa idéia, ao contar a história de um repórter
norte-americano que tenta viver e trabalhar em Porto Rico. 'Rum' é a primeira
experiência de Thompson na ficção. Mostra que seu trabalho vai além daquilo que
ele mesmo inventou - o jornalismo gonzo - mistura de literatura, reportagem
investigativa e contracultura".
Apesar do livro ser um clássico do século vinte,
a leitura não é chata, e sim muito prazerosa. A cada capítulo acompanhamos as
aventuras de Paul Kemp e seus amigos jornalistas em um jornal prestes a fechar,
localizado em San Juan. É essa a situação que torna o livro muito cheio de
humor, afinal, não encontramos uma história que mescla um assunto sério de um
jeito descontraído.
O livro tem uma história realmente muito boa, chega a
ser hilária em vários momentos, e inteligente a cada frase. Só o prólogo do
livro já mostra o quanto a escrita de Hunter S. Thompson é maravilhosamente
magistral. A narrativa do autor é muito empolgante. Thompson usa bastante
metáforas, o que torna a leitura ótima.
Os personagens foram construídos da melhor
maneira possível. Mesmo tendo cerca de 10 personagens - não sei ao certo -,
conhecemos todos de uma maneira suficientemente agradável. Nada muito complexo,
nem muito vago. Uma dose perfeita, regada a muito rum.
“Havia de tudo: de homens honestos e verdadeiramente
talentosos a degenerados e perdedores irremediáveis que mal conseguiam escrever
um cartão-postal – malucos, fugitivos e bêbados perigosos, um cubano ladrão que
carregava uma arma embaixo do sovaco, um mexicano retardado que molestava
criancinhas, vigaristas, pederastas e todo o tipo de cancros venéreos em forma
humana, e a maior parte deles trabalhava por tempo suficiente apenas para
conseguir dinheiro para alguns drinques e uma passagem de avião.”
- Página 13.
Eu comprei esse livro porque pretendo fazer
jornalismo, e durante a leitura me apaixonei mais pela profissão. Como vários
adolescentes, muitas vezes fiquei em dúvida em que curso fazer, mas depois de
ler “Rum: Diário de um jornalista bêbado”, a dúvida se foi. Que
autor, atualmente, faz isso com os leitores? Nenhum! É realmente difícil
achar algo tão emocionante e real assim como este livro.
Enfim, se você gosta de uma boa história, com uma
narrativa feroz, e pretende tornar-se um jornalista, recomendo muito a leitura!
E se você é exatamente o oposto desta descrição, leia o livro do mesmo jeito,
pois Thompson escreveu uma obra digna de vários prêmios literários. Um achado
genial!
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