terça-feira, 9 de julho de 2013

Resenha: A Lista Negra, de Jennifer Brown








E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama? O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista com o nome dos estudantes que praticavam bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher seus alvos. Agora, ainda se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas. 

   Livro ótimo! No começo, confesso, fiquei um pouco "entediado" com a história. Não sei como isso aconteceu, pois "A Lista Negra" é realmente muito bom. Agora vamos à resenha:
   Para começar, o livro tem tudo o que eu gosto: personagens ótimos - alguns secundários, inclusive -, uma história comovente e uma narrativa muito boa. Jennifer Brown, autora da obra, soube como ninguém tratar de um tema que atualmente é muito clichê: bullying. Com capítulos intercalados entre o passado (Momento em que houve o massacre) e presente, com a volta da protagonista, Valerie, para o colégio onde tudo aconteceu, Brown cria um drama inesquecível. A escritora está realmente de parabéns. Afinal, essa obra foi a estreia de Brown na literatura! 
   A obra é dividida em 4 partes - todas essas, narradas por Valerie. O que eu mais gostei é que apesar de ser narrado pela protagonista de todo esse drama, conseguimos enxergar a sua culpa e inocência, assim como os demais personagens. Aliás, Brown criou personagens incríveis, todos bem individuais e reais. 
   O que me deixou um pouco decepcionado (SPOILERS!!!) foi uma pequena parte no desfecho da história. Mas antes, deixa eu afirmar algo: Sim, eu gostei muito do final da obra!  Mas o problema surgiu quando todos os personagens “acolherem”, digamos assim, a Valerie. Ela sofreu desde a primeira página até a penúltima, então nas últimas estrofes, tudo fica mais ou menos bem... (Essa pelo menos foi a ideia que eu tive, ao ler esta parte). Mas enfim, não foi algo que me deixou tão desapontado, só queria que tivesse acabado como na vida real: lentamente, não de uma hora para a outra. (FIM DOS SPOILERS!!!)
   Mas enfim, acho que eu nunca torci tanto para uma personagem ficar bem, quanto em “A Lista Negra”. A protagonista da obra é muito real, forte e frágil ao mesmo tempo. Cada vez que a Valerie contava sua história com o Nick – mas não o Nick assassino, e sim o que gostava de Shakespeare – era motivo para fazer uma lágrima escorrer pelo rosto. E então quando sua própria mãe só via Valerie como assassina, como a garota que escreveu aqueles nomes na lista, era mais revoltante ainda. Ou então – essa atitude foi pra acabar! – quando o diretor do colégio Garvin fez uma insinuação, dizendo algo para Valerie parecido como: “Você não vai orquestrar outro desastre neste colégio novamente, menina”. 
   “Porque ninguém acredita nela?”. Foi isso que eu pensei durante toda a leitura. Senti raiva de todos, principalmente pelo fato de não acreditarem nela. Uma leitura um tanto revoltante, digamos assim, que conseguiu mexer comigo de um jeito como nenhum livro tinha feito!   

Às vezes, em um mundo onde os pais s odeiam e a escola é um campo de batalha, era ruim ser eu. O Nick tinha sido minha fuga. A única pessoa que me compreendia. Era bom fazer parte de um “nós", com os mesmos pensamentos, os mesmos sentimentos, os mesmos problemas. Mas, agora, a outra metade desse “nós" tinha ido embora e, deitada no meu quarto escuro, percebi que não sabia como me tornar eu mesma de novo.

   “A Lista Negra” é aquele livro que faz você chorar, que realmente mexe com o leitor e o deixa extasiado. Brown soube exatamente como tratar do assunto, e isso me deixou muito satisfeito. Uma obra, que sem dúvidas, acabou virando a minha preferida! Se eu recomendo? Óbvio que sim! Leitura obrigatória. 

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